sagrado e profano

Do sagrado e profano da minha primeira visita à Casa da Música. Um sagrado provocado pela cerimónia de partilha colectiva que pressupõe, mais do que pela presença omniprensente de um extraordinário orgão que remete para um sentir espacial de igreja, que algum do tom dourado e prateado da Sala Suggia também ajuda. Um sagrado que a frieza dos materiais (pedra, metal e vidro-vitral) prossegue e que a diversidade de propostas musicais ali conviventes (e coniventes) aumenta para uma dimensão ecuménica. Um sagrado de sentido universal. Uma casa certa para a Música, portanto. O profano ficou com os Yo La Tengo. A eternidade na música é menos efémera do que noutras criações artísticas mas na segunda à noite o(s) prazer(es) da longevidade dos Yo La Tengo permitiu esse sagrado prazer da trangressão. Transgressão musical, mas transgressão... O alinhamento com as oscilações melódico-estridentes ajudou e depois foi o sinal, o bendito sinal de felizmente não ter conseguido vender os bilhetes e por isso ter mesmo ido ao concerto.























Franchinus Gafurius (Theorica musicæ, 1492)



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