fim do intervalo

















é-se sempre a mesma pessoa. com luz diferente. a mesma pessoa. em sítios diferentes. a mesma pessoa. com mais espaços para além do espaço ocupado. a mesma pessoa. numa barulhenta mudez. a mesma pessoa. com fortuitos encontros planeados ao acaso. a mesma pessoa. esmagada entre a espera e o abandono. a mesma pessoa. a abandonar a espera sem deixar de aguardar. a mesma pessoa. e sem avisar. a mesma pessoa. a observar o ser observada. a mesma pessoa. a fingir que não há tempo. a mesma pessoa. a mudar sem movimento. a mesma pessoa. é sempre a mesma pessoa. na obra de Edward Hopper e aqui. a mesma pessoa.

"Intervalo", Edward Hopper, 1963.

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