"vinte e três horas e oito minutos" é a hora que mais vezes vi de todas as vezes que procurei ou encontrei a hora. a hora que mais vezes vi a ser a hora. a primeira hora dessa hora foi ser uma hora de anúncio de morte, a exacta marcação no tempo de um "depois" sentido após um "e agora?". sempre que a volto a ver (e relembro que a vejo a toda a hora...) não é a má memória, não é a curiosa coincidência o que ela tiquetaqueia, essa hora é a conquista do conforto de ter futuro. é que eu conheço a minha hora, é essa, a tal hora, e sabê-lo (ao estar a vê-la) permite-me nem me atrasar, nem me adiantar: permite-me estar a horas.
a imagem é roubada ao filme "the Hudsucker Proxy", dos irmãos Cohen, sem outra razão para ser esta e não outra do que a razão da falta de tempo...
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