a boa acção













decidida a cumprir o dia anterior, disposição de p'raí uns cinquenta e tal e aspecto de trinta e tal (ou o contrário?), com uns reais 41 anos, fantasiou-se pessoa séria, pior: mulher séria. e se séria seria, que fosse chanel. cinco, pois claro. sapato alto preto, collant sem malhas preto, saia justa preta, camisola neglicenciada para realçar tudo o resto, cabelo mesmo penteado, creme hidratante bem espalhado, umas gotas de chanel cinco e muitas, muitas gotas de verniz vermelho. rua com ela. as primeiras palavras vão acontecer no elevador. o ascensorista saúda e sonda: desculpe, não me leve a mal, posso fazer-lhe uma pergunta? não se ofenda... ela, de modo velado, aquiesce. fumas? tens lume? não, não fumo. e como é que o trato mudou assim? deve falar sobre os benefícios de não fumar ou recordar que pior do que não ter tabaco é ter tabaco e não ter lume... quando, depois de profunda instrospecção dedicada ao tema eu sou mesmo mazé maluquinha, decide ir comprar uma carteira de fósforos, já o futuro fumador lhe colocou uma nota de cinco euros na mão e pediu que o isqueiro fosse verde fluorescente. ah! esquecemo-nos de dizer que ela foi em tempos escuteira. ai pois...


chanel is to give, every woman alive loves chanel...

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preciso de mais dias