um dos riscos de acabarmos onde começámos é a suspeita do nada. mas um nada que não é necessariamente privação. um nada de deslizamento, como dizia h., pelo meio do ente numa angústia pelo fugidio. estou a ler o mesmo autor que estava a ler no princípio do ano e não recordo o que li entretanto, nem qual o livro dele que então estava a ler. e agora não é um livro sem nada ou em branco; é um livro com uma mancha. humana, pois claro. o nada não existe aqui. nem em suspeita. aqui, mesmo um nada de nada pode ser tudo.
Ben Vautier, "Le luxe d'un rien", 2008
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